"O inferno dos vivos não é algo que será; se existe, é aquele que já está aqui, o inferno no qual vivemos todos os dias, que formamos estando juntos. Existem duas maneiras de não sofrer. A primeira é fácil para a maioria das pessoas: aceitar o inferno e tornar-se parte deste até o ponto de deixar de percebê-lo. A segunda é arriscada e exige atenção e aprendizagem contínuas: tentar saber reconhecer quem e o que do inferno não é inferno, e preservá-lo, e abrir espaço."
Ítalo Calvino

quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

Reflexões natalinas para cristãos e não-cristãos

No outro dia, ao saírem de Betânia, Jesus teve fome. Avistou de longe uma figueira coberta de folhas, e foi ver se encontrava nela algum fruto. Aproximou-se da árvore, mas só encontrou folhas, pois não era tempo de figos. E disse à figueira: "Jamais alguém coma fruto de ti!" E os discípulos ouviram esta maldição. (Marcos 11)

Diante desse exemplo da tolerância de Cristo, acho que o papa pensou que a figueira era gay...



quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Esperemos


Há outros dias que não têm chegado ainda,
que estão fazendo-se
como o pão ou as cadeiras ou o produto
das farmácias ou oficinas
- há fábricas de dias que virão -
exitem artesãos da alma que levantam e pesam e preparam
certos dias amargos e preciosos
que de repente chegam à porta
para presentear-nos com uma laranja
ou de repente assassinar-nos de imediato.
(Pablo Neruda -Últimos Poemas)

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Debussy

Para cá, para lá . . . Para cá, para lá . . . Um novelozinho de linha . . . Para cá, para lá . . . Para cá, para lá . . . Oscila no ar pela mão de uma criança (Vem e vai . . .) Que delicadamente e quase a adormecer o balança — Psio . . . — Para cá, para lá . . . Para cá e . . . — O novelozinho caiu.
(Manoel Bandeira)

domingo, 9 de novembro de 2008

Vento


Se a gente jogar uma pedra no vento
Ele nem olha para trás.
Se a gente atacar o vento com enxada
Ele nem sai sangue da bunda.
Ele não dói nada.
Vento não tem tripa.
Se a gente enfiar uma faca no vento
Ele nem faz ui.
A gente estudou no Colégio que o vento
é o ar em movimento.
E que o ar em movimento é vento.
Eu quis uma vez implantar uma costela
no vento.
A costela não parava nem.
Hoje eu tasquei uma pedra no organismo
do vento.
Depois me ensinaram que vento não tem
organismo.
Fiquei estudado.
Manoel de Barros

terça-feira, 28 de outubro de 2008

Satisfeita e sem palavra

Como diria Millôr Fernandes:
O homem brilhante, capaz de raciocinar a todo momento, dinâmico no seu pensameto, varia e muda com o tempo e não é mais hoje o que era há dez anos atrás. Mas o imbecil, que só tem uma idéia, incapaz de raciocinar é, forçosamente, um homem de grande covicção.
Por isso votei nulo: pela mais pura falta de convicção no voto útil que me cabia (para impedir o louco de chegar ao poder).
Não sei que tipo de caroneira serei agora - na teoria política dos jogos - mas espero que a canoa em que eu entrei de carona seja menos furada do que parece.

terça-feira, 21 de outubro de 2008

Batendo em retirada

Estou em P Â N I C O com a possibilidade de ter Leonardo Quintão como prefeito de Belo Horizonte.
Estou tão apavorada que chego a me arrepender por não ter votado no Lacerda no primeiro turno para evitar o segundo. E mais arrasada ainda agora, após ver a Jô no programa eleitoral - eu quase me arrependo por ter votado nela.
Arrependimentos à parte, voto agora no Lacerda, mesmo sabendo que ele é um filho da puta (pobres putas) que está envolvido em todas as falcatruas possíveis e que está trabalhando junto ao nosso querido governador para a construção do mineroduto minas-rio, juntamente com Eike Batista e sua curriola...
Entre o liberalismo e o fascismo, bem melhor o primeiro, que pelo menos precisa deixar vivas as suas vítimas.
Como diria Gil, "o sonho acabou, quem não dormiu no sleeping bag nem sequer sonhou".

Pensando melhor,

como é mesmo que se chega em Passárgada?

domingo, 5 de outubro de 2008

Alea jacta est


"A soberania não pode ser representada, pela mesma razão que não pode ser alienada; ela consiste essencialmente na vontade geral, e a vontade de modo algum se representa; ou é a mesma ou é outra; não há nisso meio termo."
Jean Jacques Rousseau

Paixão é isso! Não resisti e pus também a Capricciosa 9

Meu TioZão queridão! - Capricciosa 10 (Barriosita)

sábado, 4 de outubro de 2008

Ou eu ou eles... pequena canção para as eleições municipais

Get out of town
Before it´s too late my love.
Get out of town
be good to me please

Why wish me harm
Why not retire to a farm
and be contented to charm
the birds off the trees

Just desappeare
I care for you much, too much
and when you´re near, close to me dear
We touch too much

The thrill when we meet is so bittersweet
that darling, ist´s getting me down
so on your mark get set
get out of town

Sexta-feira, Zé do Caixão, conselhos sentimentais e ofícios do professor...

O Zé do Caixão entrevista Xico Sá!
Solteiras desesperadas procuram.
Alunos desesperados também!
Vinho e sono...
Entre o Xico e o Zé, conversas sobre a boca do lixo, prostitutas em fim de carreira, travestis que erraram 5 colocações de silicone. "Histórias nem mais de esperança, por que não se trabalha mais com esperança." "Histórias de fim." "Sobra de uma certa humanidade de São Paulo." Índias bolivianas clandestinas que se protituem. "Foder ad infinitum... "Começou a chover. A cama vindo descendo pela Augusta! Titanic da putaria!"
"No futebol, todo mundo se tornando evangélico. Ninguém mais pula o muro da concentração."
"Todo gol é autoria de Jesus."
O fim da era de Romário, Neto, Casagrande, Garricha.
"A safra da boa indecência do futebol."
Até aqui, tudo Xico Sá e Zé do Caixão.
E o Xico convidou o Zé para comer um tatu-peba.
Será um peba na pimenta?
E domingo a eleição.
As obras continuam. O dia inteiro em obras, barulho infernal. Viva o ano eleitoral.

Nos Estados Unidos, o capitalismo desafia o mundo a reinventá-lo. Por que, afinal, reinventar o capitalismo e não o mundo?

terça-feira, 30 de setembro de 2008

Em véspera de eleição



Continua a campanha apolítica, apartidária, acrítica. A aliança envolve PSB, PT, PSDB, PTB (aquele do Roberto Jefferson e atual partido de Collor) PP (partido do Maluf e dos Amin), PR, PV, PSC, PSL, PPS, PMN, PSC, PTN, PRP. Do outro lado católicos e protestantes se unem contra a aliança e contra os comunistas que, por sua vez, se separam...
Bela herança nos deixaram os militares: o pluripartidarismo, seu derradeiro golpe.
Quem sabe eu possa encontrar minha esperança num banco de praça.

domingo, 14 de setembro de 2008

Hai-kai de inverno?


36 graus sem vento,
com vento,
inverno invento do global esquecimento.

Emancipação

Segundo Kant, você é livre no momento em que não busca fora de si mesmo alguém para resolver os seus problemas.
Nesses termos, o ser emancipado por vezes me parece um ser ilhado.

sábado, 13 de setembro de 2008

Singular




O corpo arrepiado pula na cama estranhando a falta de beijos.
A língua passeia pelo céu da boca que não veio.
Gozo intransitivo na primeira pessoa do eu-singular.
Estranha festa, absurdamente silenciosa.
(Ivana Arruda Leite)

Raposa Serra do Sol

As terras de índios são 43% ao todo, porém, até 30, 40 anos atrás, eram 100%. E o que acontece hoje com os 57% que não são terras de índios? São ocupados por uma população muito pequena, algo em torno de 1 milhão de pessoas. O que é isso? É latifúndio. Sabe quantos são os arrozeiros que exploram terras da reserva? Seis. Não há dúvida de que o que se quer são poucos brancos, com muita terra. Outra inverdade: as terras da reserva são dos índios. Não são. Eles não têm a propriedade, mas o usufruto. Porque as terras são da União. E a União tem o dever constitucional de zelar por elas. Já os arrozeiros querem a propriedade. As notícias que temos são as de que, desde a homologação, produtores rurais que estão fora da lei já atacaram quatro comunidades indígenas, incendiaram 34 casas, arrebentaram postos de saúde, espancaram e balearam índios.

Diz-se que 49,5% dos 225 povos indígenas do Brasil são constituídos, cada um, de no máximo 500 indivíduos. Vem daí a idéia de que é pouca gente para muita terra?

Mas no Estado de Roraima há meia dúzia de arrozeiros fazendo esse estardalhaço todo. Meia dúzia! Também não é pouca gente? Como é que comunidades tão pequenas podem ameaçar o Brasil? Só se forem criar Estados de Mônaco. Utilizar o índio como modelo de latifúndio, como se tem feito, é um prodígio de má-fé.




Vejam na íntegra a entrevista do Viveiros sobre a crise na reserva:


http://www.estadao.com.br/suplementos/not_sup159735,0.htm

domingo, 7 de setembro de 2008

Dialética do trabalhador

Sim, bem, trabalhar para ganhar a vida, lógico.
Mas por que essa vida
que para ganhá-la tem-se que disperdiçá-la trabalhando?



sábado, 6 de setembro de 2008

Sobre o casamento


"Se os esposos não vivessem juntos, haveria mais matrimônios felizes"
Friederich Nietzsche

Russellniana 2 - Sobre o tempo


"O tempo que você gosta de perder,
não é tempo perdido."
Bertrand Russell

Mais Simples



É sobre-humano amar

'cê sabe muito bem

É sobre-humano amar, sentir, doer, gozar

Ser feliz

Vê que sou eu quem te diz

Não fique triste assim

É soberano e está em ti querer até

Muito mais

A vida leva e traz

A vida faz e refaz

Será que quer achar

Sua expressão mais simples?

Mas deixa tudo e me chama

Eu gosto de te ter

Como se já não fosse a coisa mais humana

Esquecer

É sobre-humano viver

E como não seria

Sinto que fiz esta canção em parceria

Com você

A vida leva e traz

A vida faz e refaz

Será que quer achar

Sua expressão mais simples?

(José Miguel Wisnik)

Sexta-feira, feiticeira e recapeamento eleitoral

Depois de trabalhar até as 22:35h falando de controle social, estratificação social, papel social e o escambau, o negócio é chegar em casa e assistir qualquer bobagem, beber alguma coisa (já que a lei seca me impede de fazê-lo na rua), não pensar muito e cair no sono. Um sonho de tranqüilidade (quase um tédio), não fossem as eleições municipais. Nessa eleição estranha, de partidos camuflados e agrupados, que alia governador tucano e prefeito estrelado para eleger um candidato apartidário (o que foi feito dos socialistas que agora têm como representante um empresário?). Toda a cidade está sendo restaurada, reformada, maquiada. Inclusive a minha rua, onde ao invés de fazerem nela um canteiro de flores, fizeram dela um canteiro de obras. À meia-noite de sexta-feira (já troquei a feiticeira pelo Zé do Caixão que entrevista Sílvio Luiz) o barulho é infernal. Enfim, mais um bom motivo para votar na Jô!

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Russellniana 1 - sobre a morte (ou: das melhores do papai)

"Acredito que quando eu morrer, eu me putrefarei e nada em mim sobreviverá. Não sou jovem, e amo a vida. Mas desdenharei os calafrios de terror ao pensamento da aniquilação total. A felicidade não é, absolutamente, menor e menos verdadeira apenas porque deve, necessariamente, chegar a um fim, e tampouco o pensamento e o amor perdem seu valor por não serem eternos." (Bertrand Russell, 1965)

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

O que o vento não levou


No fim tu hás de ver que as coisas mais leves são as únicas que o vento não conseguiu levar:
um estribilho antigo
um carinho no momento preciso
o folhear de um livro de poemas
o cheiro que tinha um dia o próprio vento.

Mário Quintana

Aniversário


Fruta Boa
(Milton Nascimento e Fernando Brant)

É maduro o nosso amor, não moderno

Fruto de alegria e dor, céu, inferno
Tão vivido o nosso amor, convivência
De felicidade e paciência
É tão bom...

O nosso amor comum é diverso
Divertido mesmo até, paraíso
Para quem conhece bem
Os caminhos
Do amor seu vai e vem
Quem conhece

Saboroso é o amor, fruta boa
Coração é o quintal da pessoa
É gostoso o nosso amor
Renovado é o nosso amor
Saboroso é o amor madurado de carinho

É pequeno o nosso amor, tão diário
É imenso o nosso amor, não eterno
É brinquedo o nosso amor, é mistério
Coisa séria mais feliz dessa vida

terça-feira, 2 de setembro de 2008

Sobre o canibalismo

"Poderíamos igualmente perguntar por que os cristãos europeus não desenvolveram o canibalismo ritual dos figianos. Afinal, eles chegaram tão perto."
Marshall Sahlins

A invenção da tradição

Sendo a Grã-Bretanha a pátria da "invenção da tradição", é desnecessário explicar aqui a expressão. Todos sabem, igualmente, como os antropólogos apressaram-se em adaptar tal idéia à nostalgia cultural hoje corrente entre os povos outrora coloniais. Pelo Terceiro e Quarto Mundo afora, as pessoas andam a proclamar o valor de seus costumes tradicionais (tal como elas os concebem). Infelizmente, uma certa atmosfera livresca de inautenticidade paira sobre esse moderno movimento pró-cultural. O rótulo acadêmico "invenção" já sugere artifício, e a literatura antropológica transmite, com demasiada freqüência, a impressão de um passado meio falsificado, improvisado ara fins políticos, que provavelmnte deve mais a forças imperialistas que a fontes indígenas. A título de antídoto possível, chamo a atenção para um caso notável de invenção da tradição, cuja respeitabilidade nenhum acadêmico do Ocidente será tentado a negar. Pois deu-se que, nos séculos XV e XVI, um punhado de intelectuais e artistas nativos europeusreuniu-se e pôs-se a inventar suas tradições, e a si mesmos, tentando revitalizar o saber de uma antiga cultura que consideravam ter sido obra de seus ancestrais, mas que não compreendiam plenamente, pois essa cultura estava perdida há muitos séculos, e suas línguas (latim e grego) andavam corrompidas ou esquecidas. Muitos séculos antes, igualmente, esses europeus tinham-se convertido ao Cristianismo; mas isso não os impedia agora de clamar pela restauração de sua herança pagã: voltariam a praticar as virtudes clássicas, chegariam mesmo a invocar os deuses pagãos. Seja lá como for (e como foi), nessas circunstâncias - as de uma enorme distância a separar esses intelectuais aculturados de um passado efetivamente irrecuperável -, nessas circunstâncias a nostalgia já não era o que costumava ser. Os textos e monumentos que esses intelectuais construíram eram, o mais das vezes, meros simulacros servis de modelos clássicos. Criaram assim uma tradição consciente de cânones fixos e essencializados; escreveram história no estilo de Lívio, poesia em um latim amaneirado, tragédia ao modo de Sêneca e comédia conforme Terêncio; decoraram igrejas cristãs com fachadas de templos clássicos e seguiram, de modo geral, os preceitos da arquitetura romana estabelecidos por Vitrúvio - sem se darem conta de que esses preceitos eram gregos. Tudo isso veio a ser chamado, na história européia, de Renascimento, pois deu à luz a "civilização moderna". O que mais se pode dizer disso, senão que algumas pessoas sempre tiram a sorte grande histórica? Quando são os europeus que inventam suas tradições - com os turcos à suas portas - trata-se de um renascimento cultural genuíno, o início de um futuro de progresso. Quando outros povos o fazem, é um signo de decadência cultural, uma recuperação factícia, que não pode produzir senão simulacros de um passado morto. Por outro lado, a lição histórica poderia ser a de que nem tudo está perdido (Marshal Sahlins. Esperando Foucault Ainda)

A morte de Pã



Quando aquele que o beijo infiel traíra no Horto,
Desfaleceu na cruz, das montanhas ao mar
Gemeu, com grande pranto e feio soluçar,
Uma voz que dizia: "- o Grande Pã é morto!...

"Aquele deleitoso, almo viver absorto
"No amor da natureza augusta e familiar,
"O ledo rito antigo, outrem veio mudar
"Em doutrina de amargo e rudo desconforto.

"Faunos , morrei! Morrei, Dríades e Napéias!
"Oréades gentis que a flauta do Egipã
"Congraçava na relva em rondas e coréias,

"Morrei! Apague o vento os tenuíssimos laivos
"Dos ágeis pés sutis... Bosques, desencantai-vos...
"Fontes do ermo, chorai que é morto o grande Pã!...

Manuel Bandeira

Afogado nos Andes 1



No ar rarefeito como a vida
vai a vida do índio formiga.

A esta altura, o oxigênio raro
faz pelo avesso outro afogado.

Quem se afoga nele ou por falta
dele, é igual a boca angustiada:

os afogados submarinos têm os gestos dos sobreandinos,
sempre que possam expressar, com a boca ou as mãos, a falta de ar

de onde demorar não se pode:
onde a vista é de quem foge.

João Cabral de Melo Neto

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Educação pela Pedra


Uma educação pela pedra: por lições;
para aprender da pedra, freqüentá-la;

captar sua voz inenfática, impessoal
(pela de dicção ela começa as aulas).
A lição de moral, sua resistência fria
ao que flui e a fluir, a ser maleada;
a de poética, sua carnadura concreta;
a de economia, seu adensar-se compacta;
lições de pedra (de fora para dentro,
cartilha muda), para quem soletrá-la.


Outra educação pela pedra: no Sertão

(de dentro para fora, e pré-didática).
No Sertão a pedra não sabe lecionar,
e se lecionasse não ensinaria nada;
lá não se aprende a pedra: lá a pedra,
uma pedra de nascença, entranha a alma.


João Cabral de Melo Neto

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

O Gol e o Jalapão


"Fizemos o Jalapão de Gol 1.0 (é usar e abusar).
Saldo: 1 pneu furado, 1 atolamento, 1 peito de aço no saco.
Fizemos os principais passeios, exceto as dunas (não precisa abusar tanto!) e a comunidade do capim dourado (preferimos gastar mais tempo no Fervedouro e na cachoeira da Formiga).
Ao perguntarmos à famosa dona Lázara como se chegava na cachoeira da Velha ela riu da nossa cara por que acreditávamos ser possível chegar de Gol... Valeu dona Lázara! Isso nos encorajou bastante a não te pagar nem a pau 200 reais para ir do lado de fora da 4x4 sem incluir hospedagem nem alimentação.
Aconselhamos a quem for pegar uma excursão para o Jalapão, que feche o pacote em Palmas, tem pacotes de 550 reais com tudo incluído (transporte, hospedagem e algumas refeições). A dona Lázara cobra 350 (do lado de dentro da 4x4) para dois dias, sem nada incluso.
Além disso, quem for ficar na pousada da dona Lázara em Ponte Alta, pegue quarto sem ar-condicionado, por que o ar não funciona direito, além de ser desnecessário (à noite venta bastante e a ajuda de um ventilador é mais eficiente contra os pernilongos). A relação custo/benefício da pousada dela não é das melhores, mas não chegamos a ver as outras pousadas para comparar. A comida do restaurante da dona Lázara é boa (como vocês podem ver, ela é o Roquefeler do Tocantins!)
Aconselhamos também que façam esse passeio logo. Tá tudo virando represa para usina hidrelétrica... A propósito, me esqueci de avisar que em Mateiros o risco de passar fome com dinheiro no bolso é real. O jantar é sob encomenda e não interessa às pousadas fazer jantar para 2 pessoas. Além disso, o que eu disse sobre o ar-condicionado da dona Lázara, vale também para Mateiros: prefiram os quartos com ventilador e durmam de janelas abertas.
E só mais uma dica: é possível chegar em Mateiros pela Bahia. Aliás, a estrada é melhor.

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Liberdade

Ai que prazer

não cumprir um dever.
Ter um livro para ler
e não o fazer!

(...)

Grande é a poesia, a bondade e as danças...
Mas o melhor do mundo são as crianças,
Flores, música, o luar, e o sol que peca
Só quando, em vez de criar, seca.

Fernando Pessoa

terça-feira, 5 de agosto de 2008

O Espelho



O espelho reflecte certo; não erra porque não pensa.
Pensar é essencialmente errar.
Errar é essencialmente estar cego e surdo.

Alberto Caieiro

Erro de Português


Quando o português chegou
Debaixo de uma bruta chuva
Vestiu o índio
Que pena!
Fosse uma manhã de sol
O índio tinha despido
O português.

Oswald Andrade

"Felicidade se acha é em horinhas de descuido..."
Guimarães Rosa



Então,
em breve de volta com novidades do Brasil raso, extenso, intenso e profundo...
De um cerrado duro, seco, macio e aguado.
Mundo mundo vasto mundo
se eu me chamasse Raimundo
seria uma rima, não seria uma solução.
Mundo mundo vasto mundo,
mais vasto é meu coração.
CDA

quinta-feira, 1 de maio de 2008

Viagens


Então,
às vezes pode ser um blogg de viagens,
outras vezes pode ser um blogg sobre livros, discos,
livros de viagens, discos de viagens,
viagens de livro, músicas para viajar...
Então tamos aí,
tentando fazer um blog,
duas taças de shiraz,
ócio em homenagem ao trabalho.